22.1.11

Pés cegos e Olhos descalços




Troque sua alma por comprimidos,

Venda suas crianças por comida,

Coloque etiquetas em suas feridas,

Todos nos estamos num sistema oprimido,


Alimente-se da compaixão dos fracos

Eles não sabem o significado de exploração,

Abuse deles, o sistema não gosta de ratos,

E muito menos dos que usam sentimentos para decoração;


Vamos ler contos de fadas,

Acreditar que todas podem tornar-se reais,

Deixar de lado todas as necessidades carnais,

Viver de fantasias e mãos atadas;


Logo morreremos e iremos para o paraíso,

Vamos germinar e tornar-se o barro de onde viemos,

E assim aprenderemos que um dia nos crescemos,

E nossa vida no final não faz nenhum sentido;


Resuma sua vida em ramificar lendas,

Consumir até ficar enfadado de ter tudo,

Crie suas opiniões em simples absurdos

Caminhe na sociedade onde todos usam vendas.


(Felipe Correia)

13.1.11

Cérebrontrolevisão






Carência disfarçada de solidão,

Faltam idéias em sua cabeça oca,

Vira e mexe feito uma louca;

Sem criação nem opinião,


A telinha te preenche,

“Plim plim” dentro de sua cabeça,

Agora a solidão nem te enche,

Faz com que seu cérebro apodreça,


Explosões! Tiros!NOSSA!

Minha vida nunca foi tão emocionante!

Nunca pensei que sentado eu iria tão distante!

O barulho de tiros preenche meus ouvidos!


Compre!

Veja!

Não questione!

Seja!

Morra sozinho na televisão!


Use!
Minta!

Não viva!

Apenas sinta!

O poder esta no controle em sua mão!

Mas afinal quem é que controla?


(Felipe Correia)

5.1.11

Lagrimas e risos





Vi um louco que sorria,

Corre e pulava,

Esbarrava ou topava,

Ele esbanjava alegria,


As pessoas não entendiam,

Porém sabia que era louco,

E ele não se importava nem um pouco,

Simplesmente corria e sorria;


Rodopiava de braços abertos,

Parecia não estar nesse mundo,

Abraçava arvores, abraçava o MUNDO!

Esbanjava menções de afeto;


Corria e pegava uma flor,

Sorria e a entregava,

Aparentava que pelo céu pairava,

Algumas pessoas impunham olhos de horror,


E nada o parava e ele continuava a sorrir,

Esbanjava felicidade e a quase todos faziam rir,

E ele se sentia a cada sorriso mais completo,


Girou cambalhotas,

Berrou, gritou,

Sorriu, chorou,

Fez caretas tortas,


E ele simplesmente parou;

Todos nas ruas pararam para lhe ver,

Seus olhos cheios de lagrimas juntos com o suor a escorrer,

Viu o momento que o palhaço louco tombou;


E ele sorriu em seus últimos suspiros,

No colo de uma criança que o acolheu ele padeceu,

Beijou sua face e com um sorriso disse-lhe: “agora digo-lhes ADEUS...

...mas, por favor, nunca deixem parar o riso”;


E aquela criança chorou,

Todos queriam saber quem era aquele louco,

E a criança entre lagrimas e soluços roucos falou:

Quando crescer serei palhaço.


(Felipe Correia)