18.2.10

Sonhos e ilusões




Sempre foram difíceis as coisas na rua,

Não sabia se o próximo dia nasceria de verdade;

Não sabia se comeria, não sabia se viveria,

Simplesmente dura é minha realidade,


Dormir na rua nunca foi um problema,

O problema era as pessoas com quem vivi,

Viver entre drogados, alcoólatras e desamparados,

Pois vida por lá raramente se tem final feliz,


Minha mãe procurava comida,

Meu pai catava papel pela cidade,

Eu me virava como podia,

Desde criança lutava pelo pão de cada dia

E tudo aquilo me dava sensação de liberdade,


Sempre encontrei pessoas legais,

Pois nem todo mundo me trata diferente,

Elas me ofereciam comida e umas roupas velhas,

E eu sempre saia alegre e com sorriso nos dentes,


Todas as noites antes de dormir,

Procurava sentido para vida,

sonhava das ruas um dia sair

e toda noite ter um prato de comida,


mas minha realidade é outra,

nem conto as noites que passei sem comer,

dias e noite sem por nada na boca,

Alguns momentos preferia nem viver,


Minha mãe sempre chora,

Meu pai simplesmente enche a cara,

Eu não sei qual dessas partes mais me toca,

Mas felicidade entre nos é coisa rara,


Sempre sonhei com final feliz

E por ele luto a cada dia a dia,

mas sonhar é como pintar o nariz,

é querer ter,e não conseguir aquilo que queria,


gosto de fantasiar minha vida,

quando sonho ela sempre é diferente,

não sinto mais os calos e as feridas,

queria fechar os olhos e que aquilo fosse eternamente,


eu já gritei e ninguém me ouviu,

eu já chorei tudo pelo que queria,

eu já sonhei e continuo sonhando,

pois tudo que sonho é por um momento de alegria.


Alegria que não passe;

Alegria que me faça viver;

Alegria que me ampare;

Alegria que não me deixe ter vontade de morrer.


(Felipe Correia)

2.2.10

Salve o capitalismo




Convivamos com a falsidade,

Extraia do ódio todo seu conteúdo,

Exagere na vaidade,

Continue com absurdos,

Sinta vontade de matar,

Faça o outro simplesmente outro sofrer,

Entoje pessoas com vontade de vomitar,

Veja alguém simplesmente morrer,

Se afogue na luxuria,

Engula até não agüentar,

Inveje toda a formosura,

Durma,e esqueça de acordar;

Faça com que todos te odeiem,

Viva em simples melancolia,

Faça com que o mau te rodeie,

Esqueça o que é alegria,

Tudo de ruim você atrai;

Pois do nada você se distrai

E esquece o que é a vida,

Você esta deixando tudo morrer,

Agora você ira sentir o que é sofrer,

Esquecendo que foi feliz um dia.

Deixando toda simplicidade de lado,

Se afogando nos simples pecados

E na superficialidade da burguesia.

(Felipe Correia)